Jornada del Muerto
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Em novembro de 2023, refletindo sobre crimes ambientais, guerras e conflitos, embarquei em uma viagem no Novo México, chegando à região Jornada del Muerto e ao White Sands Park, ao lado da maior instalação militar dos EUA e próximo do local da primeira explosão atômica, em 1945. Nomeada pelos colonos espanhóis no século XVI, Jornada del Muerto fazia parte de uma rede de passagens comerciais, ganhando a reputação de “um caminho que não leva a lugar nenhum” devido às adversidades da travessia.
Nessa região, marcada por complexidade ambiental e histórica, criei retratos das plantas nativas, destacando a contradição entre a leveza das plantas e o peso do ambiente inóspito onde elas sobrevivem. Nesse cenário minimalista, em que plantas aparentemente solitárias como a Yucca elata e a Sporobolus airoides aparecem com suas folhas delicadas e raízes profundas , procuro ver a vida através de outro ser, destacando a relação simbiótica essencial entre todos os seres vivos e o ambiente que os sustenta.
A obra é inspirada na inteligência vegetal, nas diversas abordagens da filosofia ambiental, e na leveza que pode ser adquirida a partir da experiência do peso.